Fraude nas Americanas

A companhia é controlada pelo fundo de Private Equity 3G Capital. O homem mais rico do Brasil, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, são acionistas de referência da empresa. São três dos cinco fundadores da 3G Capital.

Em agosto de 2022, as Americanas anunciaram Sérgio Rial (antigo CEO do Santander, bem afinado c Lemann, um dos maiores acionistas desse banco no Brasil) como novo CEO das Americanas.

O anúncio gerou uma valorização das ações, que atingiu cerca de 61%, com papéis sendo negociados acima de R$21,00.

No mês seguinte, em setembro, diretores da empresa venderam aproximadamente R$241 milhões em ações da empresa, em movimento aparentemente contrário à ideia de que a companhia se recuperaria das perdas de cerca de 70%, acumuladas no ano.

Inicialmente foi divulgado pela imprensa que os sócios da 3G, notadamente os acionistas de referência das Americanas, seriam os responsáveis pelas vendas.

Em seguida, a informação foi “atualizada” para dizer que a responsabilidade pela operação era dos diretores, e não dos sócios de referência que, através da 3G Capital, divulgaram nota afirmando desconhecer qualquer tipo de operação suspeita.

A CVM, em boa decisão, abriu processo para apurar o uso de informação privilegiada.

A Americanas vinha realizando sucessivas operações de Forfait (risco sacado), que é uma operação triangular entre o adquirente, o fornecedor e o banco. Eis a razão de certos bancos serem credores da companhia.

Afinal, eles faziam o pagamento dos fornecedores das Americanas. E esse valor, estranhamente, não vinha sendo colocado no balanço.

DAÍ O ROMBO.

Há perguntas não respondidas e isso não pode ficar no vazio.

Vamos às indagações essenciais: os acionistas de referência sabiam do rombo? Sérgio Rial foi feito CEO para gerar percepção positiva e uma eventual valorização artificial das ações? Intenção dolosa? Houve uso de informações privilegiadas, obviamente antes da venda de R$241 milhões em ações?

O patrimônio pessoal dos sócios da 3G responderá pelos 43 bilhões em dívidas das Americanas, dos quais R$35,6 bilhões são com instituições financeiras responsáveis pelas Operações de Forfait?

Corre à boca miúda que haveria um grupo de parlamentares, supostamente ligado a Lemann, que agiria em dois planos:
a) defender auxílio emergencial às Americanas, usando a ideia de que empregos seriam perdidos;
b) buscar convencer o governo federal a usar dinheiro público na suposta proteção aos empregos.

Falácia pura. Quem assumir as Americanas, certamente, saberá valorizar a experiência dos atuais funcionários.

E Lemann e seus sócios sabem que não existe nada mais anticapitalista do que usar dinheiro público em situações fraudulentas assim.

E todos sabemos que as pessoa mais pobres precisam do dinheiro do país. BILIONÁRIOS E MILIONÁRIOS, NÃO!

Inverdades e fake news

As pessoas das inverdades e das fake news gostam de tentar fazer as outras, as corretas, parecerem com elas. Comigo não pega mesmo! Vamos aos fatos: li que uma ONG teria denunciado a triste desnutrição dos Yanomamis.

Logo surgiu uma denúncia afirmando que essa ONG teria desviado R$33 milhões. Fato grave, se confirmado! E imediatamente cobrei, via twitter, investigação séria que definisse se procedia. Se confirmado, seria mais um crime contra indígenas.

Não acusei, não afirmei. Pedi, como cidadão que sempre lutou pela causa indígena, pura e simplesmente uma investigação. E as respostas vieram inocentando a referida ONG. Para mim, o assunto terminou aí. As pessoas da mentira, seguindo suas próprias distorções psicológicas, tentaram atropelar a verdade, pois são especializados em notícias fake.

Há ONGs corretas e outras nem tanto. Nada mais legítimo do que cobrar a verdade, como fiz. Exigi a investigação porque queria transparência e clareza. Por mim, assunto encerrado, especificamente, em relação a essa ONG. Roubar dinheiro de índios é crime hediondo na minha cabeça.

As pessoas da mentira sabem que eu tinha razão quando ajudei a investigar o lamacento mensalão no governo Lula. Assim como não me conformei com o rombo/roubo de quase R$1 trilhão no episódio mais que triste do chamado “petrolão” Os assaltos ao dinheiro público no mensalão inexistiram? É falsidade me referir a eles com indignação e nojo?

Lula é o homem que nunca sabe de nada e que, pressionado pelo então juiz Sérgio Moro, chegou ao cume do cinismo, tentando fugir de suas responsabilidades e jogando a “culpa” numa pessoa decente e inocente que já não mais está conosco. Foi talvez o ato mais amoral que já vi em toda minha vida. Os cães ladram e a caravana passa. Pronto para a luta, como sempre foi o meu destino.

Populismo econômico inimigo do Brasil

O presidente Lula não quer reformas, diz que não cuida de ajuste fiscal porque opta por cuidar das pessoas, pratica o danoso populismo econômico. Certamente vai se reunir com seu “contemporâneo” Perón e depois irão juntos a um festival de twist misturado com samba-canção.

Populismo jamais permitirá que Brasil se desenvolva plenamente. A “bondade” do populismo é tão perversa quanto a perversidade mais degenerada. Não constrói; destrói. Nada é estrutural e nem duradouro. Preocupação de populista é transformar o povo em clientela eleitoral.

Populismo usa sindicatos sempre com a cabeça nos anos 50 do século XX. São entes que ajudam no processo decisório, deixando de lado todo o restante da sociedade. Populismo quer distância de Banco Central autônomo. Endeusa figuras que o destino usa pra testar se somos, ou não, capazes de desenvolver o país. É o reino de nulidades, não raro, corruptas.

Populismo é a ditadura que não se completou. E ditadura é o modelo de populismo que passa a contar com muita força para exterminar adversários, cercear a liberdade de imprensa e destruir a democracia. Ditadura é o populismo efetivado, imposto e com pretensões à eternidade.

Populismo apóia fartura de dinheiro público nas mãos de algum “guia genial” do povo. Já vimos tantos! Aqui e alhures! Populista distribui aos pobres um mínimo do dinheiro tomado desses mesmos deserdados.

Populismo é dinossauro que ainda existe no Brasil, em Cuba, na narco-Nicarágua de Daniel Ortega, na opressão genocida do Sudão. Eis aí os tiranossauros Maduro e o falecido Chávez. Tiranos e dinossauros. Populista apóia ditaduras e as inveja. Populista quer “subir na vida”. Quer ser ditador também.

Populismo é desprezo ao povo, travestido de progressista. Populista ama regular, leia-se censurar, a imprensa, os discursos, as opiniões. Populismo é um aleijão moral da América Latina e de outros cantos do planeta. Não renuncia, como fez o confuso Jânio Quadros porque, fora do poder, fica longe da máquina pública.

Populista confunde liderança com suborno. Emprestar R$600 milhões à Argentina em hiperinflação, seria condenar mais brasileiros à fome. Populista não escolhe assessoria por mérito, mas pelo Índice de Bajulação ao Chefe, o “IBC”.

É câncer que maltrata pessoas incautas, como no Brasil dos espertalhões.

AMAZÔNIA (I)

A questão indígena é tratada sem seriedade pela maioria dos políticos brasileiros. Muitos olham os índios com preconceito e desprezo. Outros ficam na retórica. Consideram que a enganação é boa “cabo eleitoral”.

Poucos sentem solidariedade verdadeira, mas não conhecem os meios de influenciar os rumos da luta.

Uma minoria faz dessa uma bandeira genuína e aborda corretamente o tema. Visitar um aldeamento, tirar fotos, abraçar, colocar um cocar, agrada até parte da mídia internacional. Sair da visita e depois não providenciar o que os indígenas precisam é corriqueiro, infelizmente. Missão cumprida, pergunto eu? Sorrisos fáceis, falsa reverência aos tuxauas… e até um dia!

É preciso entender que herdamos uma cultura de mais de 2 mil anos. Se pensamos em explorar, sustentavelmente, a floresta, os rios, a biodiversidade mais rica do planeta, temos de investir forte em ciência, prestigiando o Museu Goeldi, em Belém, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, em Manaus, e todos os bons centros de pesquisa da região. Criar, enfim, condições efetivas de apressar a coleta das folhas escolhidas para criar fármacos revolucionários e riquezas trilionárias, impedindo o desmatamento ilegal a todo preço, expulsando o garimpo, que polui rios, assassina índios e se apropria de suas terras.

Manter as ávores em pé. De pouco valem deitadas. Em pé, geram perfumes caros e raros, remédios que revolucionarão os conhecimentos médicos atuais.

Agir com respeito é cuidar a sério da saúde indígena, como fez o ex-Ministro da Saúde, José Serra. Tocar medidas básicas de saneamento. Ter um posto de Saúde em cada comunidade. Colocar luz solar. Fazer funcionar a educação bilíngue. Construir escolas de verdade. Respeitar os costumes ancestrais indígenas. Dotar as comunidades de barcos seguros e velozes. Combater a grilagem a ferro e fogo.

É, sobretudo, compreender que a parceria necessária para a exploração da biodiversidade, é a junção de índios e ribeirinhos com PHDs da ciência.

Os primeiros conhecem cada palmo de planta, árvore e folhas da floresta. Os cientistas saberão o que fazer com isso, pelo que já estudaram e pelo que aprenderão com índios e ribeirinhos.

Na verdade, o cientista não tem dificuldade de entrar sozinho na floresta. Mas dela nunca saberia sair são e salvo.

LUTA MARAJOARA

Gostei de experimentar a Luta Marajoara, em Soure, ilha de Marajó. Adversário mais forte, pesado e novo. 33 anos ele e 52 eu. Propus luta, valendo em pé e no solo, até um desistir. Ele não quis. Pena! Tenho a honra de ter despertado a juventude de Manaus para o Jiu-Jitsu, após enfrentar e derrotar o Nilsão, de 108 kg, e algumas vezes campeão brasileiro universitário de judô. Muita gente viu e ninguém acreditava em mim. Depois, mestres Reyson Gracie e Osvaldo Alves fizeram trabalho profundo de organização e consolidação. Hoje, Manaus é potência mundial e tem o melhor lutador brasileiro, o Mika Galvão.

Minha base sempre foi o Jiu-Jitsu, mas competi em judô pela PUC-RJ, sob a orientação do Trajaninho, bom judoca e jiujiteiro. Fiz boxe com mestre Santa Rosa, na Lapa-RJ; luta livre com Euclides Pereira (Brasília) e Ricardo Calmon; muay thay, até hoje, com com mestre Dídimo.

Agradeço aos meus irmãos Carlson, Rolls (ambos in memoriam), Rickson. Rórion, Robson, Reyson, Relson, Renzo, Carlinhos, Carley, Crolin, Rossian
João Alberto, Álvaro e José Roberto Barreto (este in memoriam), Tony de Pádua (in memorian), João Roque, Haroldo de Brito e Waldemar Santana (ambos in memoriam). No judô, aos mestres George Medhi, Osvaldo Alves, Leopoldo de Lucca, Eurico Versari (todos in memoriam), aos companheiros de treinos e disputas: Sérgio Ires, Nando, ‘Monge’ Edi, Mário Cupertino, Wander, Pinduka, Tarcísio Moreno, Walter “Cafuringa”(in memorian), Fábio Macieira, meu irmão Ricardo Arthur, o americano Winky, que lutou no Vietnã e outros de igual valor.

Muitas lesões, dores e esperas, porém igualmente muita lealdade e fraternidade. Se o tempo recuasse àqueles inesquecíveis momentos, não hesito em dizer que faria tudo de novo. As artes marciais dão um sentido de honra, perseverança, humildade e respeito a quem nos enfrenta.

Espero que as leitoras e os leitores curtam cada linha deste emocionado artigo, do mesmo jeito que curti cada segundo de cada treino, de cada disputa, de cada vitória, de cada derrota.

Repito: a luta me ensinou a lutar com garra e lealdade. É uma lembrança terna de uma paixão sem limites. Obrigado!

GOLPE NA FLORESTA

Floresta

Geraldo Alckmin sempre foi contra o Polo Industrial da Zona Franca de Manaus. Cheguei a ficar um ano e meio sem cumprimentá-lo. E a cortar duas vezes a relação pessoal com ele.

Simplesmente extinguir o IPI, a pretexto de “simplificar” os impostos, visa a atingir o IPI e dar um golpe fatal na Zona Franca.

Não sabe que esse é o único modelo exitoso
de desenvolvimento regional, já que SUDAM, SUDENE etc, fracassaram redondamente. Não sabe que a ZFM sustenta em pé a parte da floresta que cobre o Amazonas. Não entende que acabar com a ZFM significa condenar nosso povo à fome, incita famintos a avançar sobre a floresta, agrava a delicada situação do clima mundial.

Digamos que venha o Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Se implantado mecanicamente, engolindo, entre outros, o IPI, a ZFM perde por completo sua já combalida capacidade de competir. Teria então de haver, dentro do próprio IVA, um mecanismo que excepcionalizasse a ZFM, no jogo das alíquotas.

Pura e simplesmente extinguir o IPI seria decretar o fim do nosso Polo Industrial, agredir fatalmente a floresta e indispor o Brasil com o mundo, na questão climática.

Conheço bem o alpinista Geraldo Alckmin. Lula que se cuide. O cargo de vice isso ou vice aquilo é maldito. Somente serve para facilitar conspirações contra o governante de fato.

Te cuida, Lula! Quem avisa, adversário leal é!

Alckmin é o Tartufo, de Molière, que finge tudo e assume todos os aspectos que a hipocrisia lhe possa exigir.

LIÇÕES DE UM SÁBIO DIPLOMATA (III)

O embaixador Paulo Tarso Flexa de Lima introduziu no Itamaraty a preocupação com “vender” nossas ricas possibilidades no exterior. Ele lutava bravamente para convencer empresários a investir no Brasil.

Foi um golpe na “diplomacia dos punhos de renda”. Todos tiveram que aderir a essa prática, ainda que em graus diversos de engajamento. Um passo à frente!

Ainda mais: ele chefiou nossa embaixada em Londres e, D. Lúcia, de quem muito falamos no segundo artigo da série, tornou-se a maior amiga e única confidente da sofrida e sensível Lady Di.

Isso abriu todas as portas britânicas para as ideias e aspirações do Brasil na época, representado por Paulo Tarso.

Com a transferência do casal para Washington, Lady Di passou a dividir seu tempo entre Londres e Washington, hospedando-se na residência do embaixador e de D. Lúcia Flexa de Lima.

Assim todas as portas se abriram para as questões de interesse do nosso país: foi graças à competência de Paulo e à amizade maternal e filial entre Lúcia e Diana.

Os jornais viviam atrás do trio. Nos verões, misturavam-se com os bilionários americanos e com a nata política da superpotência.

Lady Di chegava ao ponto de telefonar para o Secretário de Estado (a 2ª maior autoridade dos EUA) e marcar, “para ontem”, um encontro dele com Paulo Tarso. Impressionante!

Tem governante que enxerga pouco e, por isso, manda qualquer “simpático” para postos-chave, o que é um grande erro diplomático.

Washington é o número um. E os “simpáticos” não conseguem falar nem com o sub do sub das autoridades americanas. Liam os jornais e apenas mandavam notícias diárias para Brasília enquanto curtiam as mordomias e a mansão à disposição dos embaixadores brasileiros.

Quando eu via esse “espetáculo” da mediocridade de perto, sentia pena do meu país e uma certa compaixão irritada, confesso, dos incompetentes!

Sentia isso pela turminha apegada a políticos “influentes” e caolhos, esses que vivem da ânsia de subirem para postos acima da limitada capacidade deles.

Paulo Tarso e Lúcia Flexa de Lima eram uma dupla imbatível. Nada era impossível para eles. Tipo Pelé e Messi jogando no mesmo time.

Paulo não chegou a ser Ministro porque “forças ocultas” não tolerariam seu brilho, sua sagacidade e sua experiência. Afinal ele acumulava vitória em cima de vitória, ferindo assim o ego de pessoas menores.

PAULO TARSO FLEXA DE LIMA, gigante da diplomacia, do pragmatismo e da capacidade de fazer amigos relevantes por onde passava!!!

LIÇÕES DE UM SÁBIO DIPLOMATA (II)

Faz muitos anos que a empresa Camargo Corrêa, que fazia um trabalho no Iraque, viveu grave crise com os governantes de lá. Os trabalhadores brasileiros foram sequestrados pela ditadura daquele país. O Ministro das Relações Exteriores pensava, com urgência, em quem seria o melhor diplomata para ir ao Iraque e negociar a libertação do pessoal sequestrado.

Maliciosamente, um embaixador sugeriu o colega Paulo Tarso Flexa de Lima, supondo que ele fracassaria. Paulo, sempre calmo, aceitou e decidiu levar sua esposa, a inteligente embaixatriz Lúcia Flexa de Lima. Aposta ousada, porque era grande o preconceito, no mundo islâmico, em relação à participação de mulheres em política e em fatos decisivos.

Mas Flexa de Lima sabia bem o que esperar de sua companheira. D. Lúcia fez um belo jantar, usando burca e fazendo reverências aos visitantes, levando-os à mesa cuidadosamente posta por ela. E se retirou, deixando o marido para as delicadas negociações pela liberdade dos brasileiros. O chefe da delegação pediu a Paulo Tarso que chamasse D. Lúcia. Ela voltou cautelosa, do mesmo jeito que recebeu os convidados. Pediram-lhe que tirasse a burca e a convidaram para tomar um chá com os presentes. Ela fitou o marido, que disse sim, cheio de orgulho da esposa. Saiu aí a decisão dos líderes de permitir a liberação dos trabalhadores. Paulo, com D. Lúcia ao lado, chegou ao Brasil com os trabalhadores, sob aplausos da Nação.

Para ele, missão dada era missão cumprida.

LIÇÕES DE UM SÁBIO DIPLOMATA

Concluí o Curso de Preparação para a Carreira de Diplomata, no famoso e internacionalmente respeitado Instituto Rio Branco. E fui para Brasília iniciar um período que me ensinou muito sobre a vida e o mundo.

Meu pai, Arthur Virgílio Filho, era um bom amigo de um dos mais competentes e talentosos embaixadores que tive a honra de conhecer: Paulo Tarso Flexa de Lima.

Em um certo início de noite, surpreendi-me com um telefonema e logo reconheci a voz inconfundível desse grande brasileiro, amigo de meu pai. Conversamos um pouco e ele me fez um convite: “Arthur, aceita ir comigo ao Clube das Nações, para abraçar nossos colegas que acabaram de ser promovidos?”.

Na hora combinada, Paulo Tarso me pegou na entrada do Palácio do Itamaraty e o motorista tocou para frente. Só que eu percebi que estávamos indo em direção que não levava ao Clube. Observei isso e, imediatamente, recebi a resposta: ”Arthur, passaremos antes na casa de um colega e amigo que, infelizmente, não obteve sua promoção. Após a visita iremos cumprimentar os que subiram um passo importante em suas vidas”.

Chegamos depois no festejo dos promovidos e Paulo Tarso foi extremamente gentil com todos os presentes.
Amanhã mostrarei um exemplo de como um grande diplomata pode resolver uma crise que, para os pessimistas, parecia insolúvel.

Excelente ser humano. Notável cérebro da diplomacia brasileira.

EXCESSOS DOS DOIS LADOS

Lamentável a invasão do Palácio do Planalto, do STF e do Congresso. Isso se deve a radicalismos de ambos os lados. Invadir os símbolos de poder é algo extremamente grave. Por outro lado, o respeitável ministro Alexandre de Moraes, por exemplo, extrapolou dos seus poderes.

A grande imprensa praticamente ignorou um movimento integrado por mais pessoas a cada dia. E essas pessoas insistiram, até ontem, sem nenhuma atividade que significasse violência. Hoje, o balão estourou. O que acontecerá, daqui para frente, não sou capaz de prever.

Faltou diálogo. Vejo no noticiário, que ignorou a escalada das manifestações, a atitude simplista de se jogar toda a culpa no governador do DF.

O governo recém-empossado parece não ter comando efetivo e nem atitudes na direção do diálogo. E vejam que o presidente é tarimbado nesses atos.

Ou se esqueceram da invasão, por militantes seus, do Ministério do Planejamento, quebrando vidros e até colocando uma galinha na mesa do ministro Antônio Kandir? Logo ele, que fazia do MST um dos seus braços de luta?

O confronto pela força começou. Isso resolverá a delicadíssima situação de um país polarizado entre uma “direita” que nada tem a ver com Margareth Thatcher, Passos Coelho ou Ângela Merkel, e uma “esquerda” que nunca leu ‘O Capital’, de Karl Marx, nem na edição em quadrinhos.

Fica a pergunta: as bombas de efeito moral e os cassetetes porão fim ao conflito ou o quadro continuará se agravando?

Que Deus proteja os brasileiros!