A questão indígena é tratada sem seriedade pela maioria dos políticos brasileiros. Muitos olham os índios com preconceito e desprezo. Outros ficam na retórica. Consideram que a enganação é boa “cabo eleitoral”.

Poucos sentem solidariedade verdadeira, mas não conhecem os meios de influenciar os rumos da luta.

Uma minoria faz dessa uma bandeira genuína e aborda corretamente o tema. Visitar um aldeamento, tirar fotos, abraçar, colocar um cocar, agrada até parte da mídia internacional. Sair da visita e depois não providenciar o que os indígenas precisam é corriqueiro, infelizmente. Missão cumprida, pergunto eu? Sorrisos fáceis, falsa reverência aos tuxauas… e até um dia!

É preciso entender que herdamos uma cultura de mais de 2 mil anos. Se pensamos em explorar, sustentavelmente, a floresta, os rios, a biodiversidade mais rica do planeta, temos de investir forte em ciência, prestigiando o Museu Goeldi, em Belém, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, em Manaus, e todos os bons centros de pesquisa da região. Criar, enfim, condições efetivas de apressar a coleta das folhas escolhidas para criar fármacos revolucionários e riquezas trilionárias, impedindo o desmatamento ilegal a todo preço, expulsando o garimpo, que polui rios, assassina índios e se apropria de suas terras.

Manter as ávores em pé. De pouco valem deitadas. Em pé, geram perfumes caros e raros, remédios que revolucionarão os conhecimentos médicos atuais.

Agir com respeito é cuidar a sério da saúde indígena, como fez o ex-Ministro da Saúde, José Serra. Tocar medidas básicas de saneamento. Ter um posto de Saúde em cada comunidade. Colocar luz solar. Fazer funcionar a educação bilíngue. Construir escolas de verdade. Respeitar os costumes ancestrais indígenas. Dotar as comunidades de barcos seguros e velozes. Combater a grilagem a ferro e fogo.

É, sobretudo, compreender que a parceria necessária para a exploração da biodiversidade, é a junção de índios e ribeirinhos com PHDs da ciência.

Os primeiros conhecem cada palmo de planta, árvore e folhas da floresta. Os cientistas saberão o que fazer com isso, pelo que já estudaram e pelo que aprenderão com índios e ribeirinhos.

Na verdade, o cientista não tem dificuldade de entrar sozinho na floresta. Mas dela nunca saberia sair são e salvo.

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