
Faz muitos anos que a empresa Camargo Corrêa, que fazia um trabalho no Iraque, viveu grave crise com os governantes de lá. Os trabalhadores brasileiros foram sequestrados pela ditadura daquele país. O Ministro das Relações Exteriores pensava, com urgência, em quem seria o melhor diplomata para ir ao Iraque e negociar a libertação do pessoal sequestrado.
Maliciosamente, um embaixador sugeriu o colega Paulo Tarso Flexa de Lima, supondo que ele fracassaria. Paulo, sempre calmo, aceitou e decidiu levar sua esposa, a inteligente embaixatriz Lúcia Flexa de Lima. Aposta ousada, porque era grande o preconceito, no mundo islâmico, em relação à participação de mulheres em política e em fatos decisivos.
Mas Flexa de Lima sabia bem o que esperar de sua companheira. D. Lúcia fez um belo jantar, usando burca e fazendo reverências aos visitantes, levando-os à mesa cuidadosamente posta por ela. E se retirou, deixando o marido para as delicadas negociações pela liberdade dos brasileiros. O chefe da delegação pediu a Paulo Tarso que chamasse D. Lúcia. Ela voltou cautelosa, do mesmo jeito que recebeu os convidados. Pediram-lhe que tirasse a burca e a convidaram para tomar um chá com os presentes. Ela fitou o marido, que disse sim, cheio de orgulho da esposa. Saiu aí a decisão dos líderes de permitir a liberação dos trabalhadores. Paulo, com D. Lúcia ao lado, chegou ao Brasil com os trabalhadores, sob aplausos da Nação.
Para ele, missão dada era missão cumprida.
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