Denúncias de violência e desumanidade contra indígenas

O mês que marca a Luta Indígena pela Sobrevivência foi um período de muitas denúncias de barbáries praticadas contra esses povos

Neste mês de abril, tivemos a oportunidade de nos abraçar com as causas indígenas, seus direitos violados e suas lutas constantes para atingir um lugar na sociedade onde sejam vistos como são: povos originários, com direito a ocupar um ecossistema, com cadeias produtivas de relevância e, acima de tudo, com reconhecimento de sua importância histórica e social.

O mês que marca a Luta Indígena pela Sobrevivência foi um período de muitas denúncias de barbáries praticadas contra esses povos. A mais recente delas é de uma atrocidade inimaginável.

Garimpeiros invadiram a comunidade Jarinal, na Terra Indígena Vale do Javari, no Oeste do Amazonas, e forçaram os indígenas a beberem água com etanol e, para culminar a selvageria, abusaram sexualmente de mulheres da aldeia. O fato já foi denunciado, mas até onde se sabe, a Funai não se manifestou.

Não é de hoje que garimpeiros estão cooptando jovens Yanomamis com cachaça e armas, causando guerra entre seu próprio povo e a destruição de um dos principais povos indígenas do país. É o garimpo procurando a riqueza ilícita às custas de almas Yanomamis, dizimando os guardiões da floresta com falsas promessas de enriquecimento. O garimpo destrói o meio ambiente, massacra povos indígenas e ninguém nada faz.

Até quando vamos permitir isso? Até quando vamos continuar cavando a sepultura dos povos indígenas, com ações degradantes, sem que o Poder Público faça a sua parte? Até quando teremos tramitando, em todas as esferas de poder, ações e projetos de lei contra os direitos dos povos indígenas?

Abril está chegando ao fim, mas as questões dos povos indígenas permanecerão, e não podemos ficar de braços cruzados.

*É diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do Centro Preparatório Jurídico e atual presidente do PSDB no Amazonas. Diplomata, foi por 20 anos, deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos e três vezes prefeito da capital da Amazônia.

Meu Juliano voa

Tenho muito orgulho e muito amor por meus quatro filhos

Tenho muito orgulho e muito amor por meus quatro filhos. Eu os homenageio sempre, mas hoje será dedicado especificamente ao meu Juliano, que se dedicou desde bem jovem aos estudos. Alguém que fincou bases muito sólidas para alçar os voos que já estão rendendo frutos.

Fez vestibular para o Instituto Militar de Engenharia (IME) como civil, que possui menos vagas e é, portanto, mais concorrido, mais duro de alcançar aprovação. Lá, ele ganhou muito mais disciplina do que já tinha e foi em matemática e física, segundo os seus mestres, um dos três melhores alunos que passaram pela instituição nos últimos dez anos, contando da época em que ele se graduou para trás.

Juliano sempre teve aspiração de conhecer o Japão e lá morar. E cuidou de aprender literatura, culturas e a língua nipônica, que hoje ele fala como um japonês culto. Ele e o Japão são um caso de amor. Chegou o momento em que ele se submeteu ao processo seletivo para o mestrado, em Engenharia Eletrônica, na maior e melhor universidade daquele país, a Tôdai. Passou em primeiro lugar. Durante o curso, foi o primeiro aluno de sua turma. Agora está cursando seu doutoramento e já ganhou um trabalho remunerado no laboratório de pesquisas da própria Tôdai.

Juliano evita falar dessas coisas. É dotado de uma modéstia própria dos sábios. Se ele estivesse lendo o que estou escrevendo, certamente, pediria que eu moderasse em certos pontos. O fato é que ele foi e continua sendo como o descrevi e descrevo. Desde o mestrado, ele faz palestras pelo Japão inteiro e, agora, está ultrapassando os limites dessa grande nação. Está indo palestrar em Cingapura.

É uma coisa ótima ver meu filho voar, com honra, honestidade, muito foco e dedicação ao que deseja realizar. Eu o vejo como uma figura do mundo, uma pessoa que dará grandes contribuições na sua área de atuação. É alguém que já está compartilhando seus conhecimentos robustos com muita gente.

Meu Juliano é um orgulho para os seus irmãos, para a sua mãe, para mim. Um orgulho para todos nós. Minha esposa, Beta, tem uma admiração muito grande por ele e o dá como exemplo. Afinal, trata-se de uma figura ímpar. Faço este depoimento com muita emoção.

Obrigado meu Juliano, meu Juba, querido, respeitado e amado.

* É diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do Centro Preparatório Jurídico e atual presidente do PSDB no Amazonas. Diplomata, foi por 20 anos, deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos e três vezes prefeito da capital da Amazônia.

Terra Livre: Essa luta é de todos nós

Na Terra Brasilis todo dia era dia de índio e tudo que por aqui existia lhe pertencia

Publicado em 10 de abril de 2022 às 06:00

Na Terra Brasilis todo dia era dia de índio e tudo que por aqui existia lhe pertencia. E eles eram tantos e de tantas etnias, que foram classificados pelas línguas que falavam. Segundo dados oficiais, eram mais de 3 milhões de indígenas distribuídos em mais de mil povos diferentes. Grande parte vivia no litoral brasileiro e, aproximadamente, 1 milhão no interior do país.

Hoje, no Brasil colonizado e colonizador – de que outra maneira poderíamos definir a imposição da presença do “branco” na cultura, território e no extermínio dos povos indígenas? – são cerca de 897 mil indígenas, 305 etnias e 274 línguas. A maioria deles está concentrada nas regiões Norte (Amazonas, principalmente) e Nordeste (Bahia). Mas estão presentes em todas as outras regiões do país.

E é contra essa parcela tão importante da nossa população, os nossos povos originários, aqueles que marcam a nossa descendência e nossa história, com tudo o que vem nessa esteira de conhecimentos, que estão voltados todos os canhões. Tramitam em todas as esferas do poder, projetos, de curto e longo prazos, que interferem diretamente na vida dos povos originários, que alteram as regras para a demarcação das terras indígenas, na exploração de minérios nessas terras e outras atrocidades.

Desde o último dia 4, o movimento Acampamento Terra Livre 2022 está em Brasília, elevando sua voz e consolidando sua luta para derrubar essas intenções e ações. Eles ocupam Brasília, a capital do país, para lembrar que aqui ainda é Terra Brasilis. E nós estamos aqui, de mãos dadas com os nossos povos originários, para dizer que essa luta é de todos nós.

*É diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do Centro Preparatório Jurídico e atual presidente do PSDB no Amazonas. Diplomata, foi por 20 anos deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos e três vezes prefeito da capital da Amazônia.

Traição à Zona Franca de Manaus e ao Amazonas

“Já era de se esperar. O Governo Federal não cumpre suas promessas com o Amazonas”

Já era de se esperar. O Governo Federal não cumpre suas promessas com o Amazonas. Ao contrário, acaba de aplicar mais um golpe gravíssimo na nossa Zona Franca de Manaus. A reedição do decreto do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados -, que prorroga por 30 dias (até 1º de maio) a redução da alíquota em até 25% em todo Brasil, não traz qualquer cláusula de proteção ao que produz o nosso Polo Industrial.

Essa medida não afeta o Amazonas apenas pelos 30 dias de prorrogação do decreto, porque para reduzir o IPI é rápido, é de um dia para o outro, mas qualquer mudança para aumentar a alíquota do IPI leva, pelo menos, 90 dias. Resultado: serão 120 dias, no mínimo, de total amargura e insegurança para as empresas da Zona Franca. Foi uma traição ao povo do Amazonas.

Nossos representantes, nos vários níveis, acreditaram nas promessas do presidente e do ministro Paulo Guedes. É nessa hora que faz falta uma voz combativa, ativa, no Congresso Nacional em defesa da Zona Franca.

Recorri à Justiça Federal e ao Supremo Tribunal Federal com duas ações em cada órgão para derrubar o decreto original. Não vou desistir. Vou continuar a luta nos tribunais, porque no campo político não vejo qualquer alternativa. Tem sido assim ao longo de 44 anos de vida pública.

Não será diferente desta vez. Com ou sem mandato, quando se trata de defender minha gente, vou às últimas consequências. E chamo aqueles que têm o mesmo compromisso para que venham engrossar e fortalecer essa trincheira de luta.

*É diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do Centro Preparatório Jurídico e atual presidente do PSDB no Amazonas. Diplomata, foi por 20 anos deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos e três vezes prefeito da capital da Amazônia.

Sou Arthur, com a mesma força que sempre entreguei a favor do Amazonas

Porque alguns nasceram para cruzar os braços. Eu, nasci para lutar. E vou lutar até o último dia da minha vida”, diz Arthur Virgílio Neto

Na última quinta-feira, 24, vivi um dos momentos mais icônicos de minha existência. Às vésperas de completar 44 anos de vida pública, me apresentei a continuar a luta pelo meu Amazonas, como pré-candidato ao Senado, lugar que já ocupei com muita honra, dedicação, amor e pelo qual obtive o reconhecimento incontestável dos amazônidas e dos brasileiros.

Foi uma festa bonita, cercado de familiares e amigos da capital, do interior e do Brasil. Tive a honra de receber o ex-ministro Antônio José Imbassahy, um irmão e que também veio representar outro amigo querido, o governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, João Doria.

Recebi o carinho e o incentivo de muitos líderes políticos, mas também de pessoas das comunidades que estiveram ali para demonstrar sua confiança no resgate da força que o Amazonas tanto necessita, nesse momento tão difícil, onde sofremos mais e mais ataques à Zona Franca; assistimos a destruição da floresta amazônica e, com ela, o desperdício de nossas potencialidades, nossas oportunidades de sairmos da miséria e nos tornarmos um Estado próspero.

Meu Amazonas, querido, lindo de se ver e de viver, precisa resgatar sua grandeza e é com esse sentimento que me apresentei como pré-candidato. Porque alguns nasceram para cruzar os braços. Eu, nasci para lutar. E vou lutar até o último dia da minha vida. Sou pré-candidato ao Senado porque tenho ao meu lado o maior partido político de todos – e não estou falando do PSDB – falo da aliança com o povo do Amazonas.

Sou Arthur, com a mesma força que sempre entreguei a favor do Amazonas

Às vésperas de completar 44 anos de vida pública, me apresentei a continuar a luta pelo meu Amazonas

Na última quinta-feira, 24, vivi um dos momentos mais icônicos de minha existência. Às vésperas de completar 44 anos de vida pública, me apresentei a continuar a luta pelo meu Amazonas, como pré-candidato ao Senado, lugar que já ocupei com muita honra, dedicação, amor e pelo qual obtive o reconhecimento incontestável dos amazônidas e dos brasileiros.

Foi uma festa bonita, cercado de familiares e amigos da capital, do interior e do Brasil. Tive a honra de receber o ex-ministro Antônio José Imbassahy, um irmão e que também veio representar outro amigo querido, o governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, João Doria.

Recebi o carinho e o incentivo de muitos líderes políticos, mas também de pessoas das comunidades que estiveram ali para demonstrar sua confiança no resgate da força que o Amazonas tanto necessita, nesse momento tão difícil, onde sofremos mais e mais ataques à Zona Franca; assistimos a destruição da floresta amazônica e, com ela, o desperdício de nossas potencialidades, nossas oportunidades de sairmos da miséria e nos tornarmos um Estado próspero.

Meu Amazonas, querido, lindo de se ver e de viver, precisa resgatar sua grandeza e é com esse sentimento que me apresentei como pré-candidato. Porque alguns nasceram para cruzar os braços. Eu, nasci para lutar. E vou lutar até o último dia da minha vida. Sou pré-candidato ao Senado porque tenho ao meu lado o maior partido político de todos – e não estou falando do PSDB – falo da aliança com o povo do Amazonas.

E vamos à luta!

*É diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do Centro Preparatório Jurídico e atual presidente do PSDB no Amazonas. Diplomata, foi por 20 anos deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos e três vezes prefeito da capital da Amazônia.

Arthur Virgílio: Desafio de Alckmin é levar Lula ao interior e articular com o centro

Fundador do PSDB, ministro da Secretaria-Geral da Presidência no governo FHC e líder da oposição no Senado ao governo Lula, Arthur Virgílio Neto afirmou, em contato com CartaCapital, que o desafio de Geraldo Alckmin como vice do petista será quebrar resistências no interior, especialmente em São Paulo.

O ex-prefeito de Manaus avalia que o discurso de Alckmin na filiação ao PSB, na última quarta-feira 23, não empolga nem comove, mas, dadas as características de seu ex-correligionário, não há surpresa.

“O Lula espera que ele [Alckmin] seja um bom articulador em um campo mais ao centro, que ele tenha um desempenho em São Paulo que não sei se terá. O Lula é muito bem votado no Brasil inteiro, mas a tradição dele não é de grandes vitórias em São Paulo”, pondera Virgílio. “Então, o Geraldo seria o homem para levar a coisa mais para o interior, não se esquecendo de que o Lula tem uma grande pessoa na capital, que é o Fernando Haddad, uma pessoa que vem de um recall bom de presidente, teve uma votação muito boa [em 2018].”

Para o tucano, ainda há tempo para despontar uma terceira via, mas a tendência é de manutenção da polarização entre Lula e Jair Bolsonaro. E o petista deve “se preparar para uma luta dura”.

“Bolsonaro usará todas as armas e mais algumas para ir ao segundo turno e enfrentar Lula. Lula precisará ter – e aí ele conta com o Geraldo – pessoas que julguem o governo Bolsonaro não bom para o País e, na opção do segundo turno, votem nele.”

Precisamos devolver a esperança ao Brasil e ao Amazonas

É ano de eleições gerais

É ano de eleições gerais, ano de escolher presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. O cenário não é dos melhores. O Brasil está muito longe de se tornar uma potência global. Pior ainda, enfrenta gravíssimos problemas internos na sua economia, que está condenando seu povo à miséria, agora mais ainda, agravados pela guerra no Leste Europeu.

Inflação, desemprego e fome são dinamite pura, estamos pisando em campo minado e eu não vejo o governo fazendo as reformas necessárias, reduzindo despesas, realizando um programa sério de privatizações. Muito ao contrário, o que vemos é a farra das emendas de relator, um pacote de “bondade” bilionário, no momento mais dramático da economia. Enquanto isso, o Banco Central aumenta a taxa de juros para tentar conter a inflação.

É preciso freio, é preciso resposta. Para a inflação, para a avalanche de problemas que impactam nossa economia e nossa população. E temos saída para a crise, com o tripé câmbio flutuante, responsabilidade fiscal e inflação controlada, o mesmo que foi utilizado durante a implantação do Plano Real, com bastante sucesso.

É preciso o equilíbrio fiscal, com redução das despesas primárias, hoje estimada em mais de R$1,6 trilhão, e aumento de receitas, sem aumento de tributação, que significa investimento na modernização do sistema de arrecadação e melhor distribuição dos recursos. É preciso fazer as reformas necessárias, como a tributária.

Tenho como exemplo a cidade de Manaus, da qual fui prefeito de 2013 a 2020. Poucas cidades do país passaram por mudanças tão intensas. Conseguimos o equilíbrio das contas públicas e, com isso, pudemos investir em grandes obras, avançamos no ranking da educação, levamos a saúde básica para perto das pessoas. É o jeito PSDB de governar, com muita responsabilidade, muita eficiência, com planejamento e metas.

Precisamos voltar a dar esperanças ao povo brasileiro.

* É diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do Centro Preparatório Jurídico e atual presidente do PSDB no Amazonas. Diplomata, foi por 20 anos deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos e três vezes prefeito da capital da Amazônia.

Desmatamento na Amazônia fora de controle

No mês de fevereiro foi registrado o pior indicador de toda história, com aproximadamente 1.992 quilômetros quadrados destruídos

O desmatamento na Amazônia está descontrolado. No mês de fevereiro foi registrado o pior indicador de toda história, com aproximadamente 1.992 quilômetros quadrados destruídos, um aumento de 62% em relação ao mesmo período de 2021. Os alertas se concentram principalmente nos Estados do Mato Grosso, Pará e Amazonas. É a maior área com alertas para o referido mês desde 2016, quando foram iniciadas as medições do Deter/INPE, que esta semana divulgou os números de 2022.

Isso tem que parar. Sob pena de perdemos, em um curtíssimo prazo, a soberania sobre a Amazônia. Não respeitamos os acordos internacionais para o equilíbrio do clima no planeta e, logo, logo teremos os EUA em um consórcio de países, reivindicando a gestão da Amazônia, sob o beneplácito da Organização das Nações Unidas.

Não é só o resultado do mês de fevereiro que acende o botão vermelho para a Amazônia. Os dois primeiros meses deste ano bateram recordes históricos, acumulando mais de 600 quilômetros quadrados, três vezes mais que o registrado nos dois primeiros meses de 2021. Isso confirma o que dizemos há tempos: falta política de combate ao desmatamento e aos crimes ambientais na Amazônia, falta uma política ambiental coerente, forte e comprometida com o desenvolvimento sustentável, sem contar com o sucateamento dos órgãos de controle e fiscalização.

Ainda em fevereiro, a Universidade de Exeter, do sudoeste da Inglaterra, publicou estudo revelando que a floresta amazônica está chegando em um “ponto de não retorno”, com três quartos da floresta reduzindo sua capacidade de resiliência contra secas e outros eventos climáticos adversos, correndo o risco de se tornar floresta degradada, com graves impactos no clima e na biodiversidade.

Contraditoriamente, enquanto pesquisadores nos revelam esses dados e há movimentos da população para barrar o pacote da destruição, o Congresso aprova o PL da mineração em terras indígenas, que se passar, deve provocar ainda mais destruição nesse nosso patrimônio tão importante.

Qual será o destino da Amazônia? Será destruída por nossa incompetência, falta de visão e decisão? Ou cairemos nos braços de Tio Sam, com o pretexto de equilibrar as condições climáticas mas, verdadeiramente, interessados em nossas imensas riquezas, como por exemplo, nossas reservas de água potável. Vamos pagar para ver?

Precisamos de mais mulheres pensando o Brasil

É um momento importante para refletir sobre a necessidade de termos mais mulheres na política

Neste mês de março comemoramos o Dia Internacional da Mulher, oficializado pela Organização das Nações Unidas há mais de 50 anos, não para incrementar o comércio, mas para simbolizar a luta histórica das mulheres para terem seus direitos reconhecidos, respeitados e equiparados aos dos homens. É um momento importante para refletir sobre a necessidade de termos mais mulheres na política, na vida pública, pensando o Brasil, pensando as leis, as políticas públicas que venham trazer qualidade de vida e equidade para toda a população. Não só para elas, mas também para seus filhos e seus companheiros.

É uma bandeira que vai além do direito de escolher seus representantes no Legislativo e no Executivo. A luta da mulher e pela mulher é maior que a romântica cena de queimar sutiã em praça pública, imagem mais que celebrada na década de 1970. Exige força, coragem e determinação para fazer com que a parte majoritária da sociedade seja ouvida e respeitada.

O que se busca, e eu apoio, é ver as mulheres participando ativamente das decisões políticas deste país, seja como representantes do povo pelo voto, seja como cabeças de movimentos que reivindiquem políticas públicas eficazes para o bem comum, seja como servidoras competentes a pensar e executar essas melhorias. Espero que elas conquistem logo a paridade de gênero, em todos os espaços, incluindo a vida partidária, na conduta de suas bancadas, na disputa do voto.

No Brasil – com mais de 50% da sua população e eleitores formados por mulheres e em que as condições subumanas ainda estão aí para nos envergonhar – precisamos delas na linha de frente dessa luta.

Tenho a honra de pertencer a um partido político, o PSDB, que tem forte núcleo de mulheres, formado por verdadeiras guerreiras, o PSDB-Mulher, que vai à luta todos os dias para fazer valer essas conquistas tão necessárias. E elas estarão em todo o país, a partir de agora, em uma força-tarefa para mobilizar, identificar, incentivar e capacitar lideranças femininas.

* É diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do Centro Preparatório Jurídico e atual presidente do PSDB no Amazonas. Diplomata, foi por 20 anos, deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos e três vezes prefeito da capital da Amazônia.