
Fundador do PSDB, ministro da Secretaria-Geral da Presidência no governo FHC e líder da oposição no Senado ao governo Lula, Arthur Virgílio Neto afirmou, em contato com CartaCapital, que o desafio de Geraldo Alckmin como vice do petista será quebrar resistências no interior, especialmente em São Paulo.
O ex-prefeito de Manaus avalia que o discurso de Alckmin na filiação ao PSB, na última quarta-feira 23, não empolga nem comove, mas, dadas as características de seu ex-correligionário, não há surpresa.
“O Lula espera que ele [Alckmin] seja um bom articulador em um campo mais ao centro, que ele tenha um desempenho em São Paulo que não sei se terá. O Lula é muito bem votado no Brasil inteiro, mas a tradição dele não é de grandes vitórias em São Paulo”, pondera Virgílio. “Então, o Geraldo seria o homem para levar a coisa mais para o interior, não se esquecendo de que o Lula tem uma grande pessoa na capital, que é o Fernando Haddad, uma pessoa que vem de um recall bom de presidente, teve uma votação muito boa [em 2018].”
Para o tucano, ainda há tempo para despontar uma terceira via, mas a tendência é de manutenção da polarização entre Lula e Jair Bolsonaro. E o petista deve “se preparar para uma luta dura”.
“Bolsonaro usará todas as armas e mais algumas para ir ao segundo turno e enfrentar Lula. Lula precisará ter – e aí ele conta com o Geraldo – pessoas que julguem o governo Bolsonaro não bom para o País e, na opção do segundo turno, votem nele.”
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