A transição do Governo Fernando Henrique Cardoso para o primeiro Governo Lula
Continue lendo...Qual é a cor do Brasileiro
Acabei de receber uma manifestação de minha amiga Mara Santana, filha do notável lutador Waldemar Santana.
Continue lendo...Consciência Negra
Somos um povo miscigenado. E faço uma pergunta a vcs todos: qual é a cor do brasileiro?
Continue lendo...Tempo de travessia
Fernando Pessoa é meu poeta preferido. Um gênio sensível e muito sábio.
Continue lendo...Não à violência política, sim à democracia
Não podemos retroceder à barbárie, aos crimes cometidos por motivação política
Manaus – Estamos no ano de 2022, quase um quarto do século XXI, e nesse momento de nossas vidas não podemos retroceder à barbárie, aos crimes cometidos por motivação política, ao desrespeito às convicções alheias, mesmo que elas nos desagradem ao extremo e vá contra todas as nossas convicções. No mínimo, devemos ter um pouco mais de paciência e de civilidade. Devemos educar, dar bons exemplos e buscar o bom senso e o consenso.
O Brasil já viveu experiências dolorosas onde não existiam espaços para a liberdade. Muitos dos nossos pereceram, submetidos à tortura ou simplesmente foram obrigados a deixar o Brasil, como meu pai, o senador Arthur Virgílio Filho. É uma história triste que não queremos que se repita jamais. Também vivemos durante séculos, inclusive, sob a intolerância política, quando era mais fácil eliminar seus adversários, sem qualquer punição muitas vezes, que praticar política, ou seja, dialogar para encontrar o ponto de convergência.
Vivemos dias intranquilos com o retorno desse panorama pouco animador e pouco civilizado. E aplaudimos a todos os que estão fazendo algum esforço para evitar que as próximas eleições sejam manchadas pela violência, especialmente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que nesta última semana criou um grupo de trabalho, que será presidido pelo amazonense Mauro Campbell Marques, corregedor-geral da Justiça Eleitoral, para sugerir as diretrizes e disciplinar as eleições deste ano. Muito sábia a decisão do presidente Edson Fachin.
A iniciativa do TSE em criar esse grupo de trabalho está cheia de razões, principalmente em função de inúmeras denúncias que têm chegado ao órgão sobre agressões a parlamentares e jornalistas. Esperamos que, durante as atividades desse grupo de trabalho nas audiências públicas e debates que serão realizados com os partidos políticos, a Ordem dos Advogados, Ministério Público Eleitoral e sociedade civil encontrem os caminhos para evitar esse desfecho que não queremos, de forma alguma.
Vamos exercer nossa cidadania com consciência e com vontade de fazer o bem para o Brasil. Vamos dizer não à violência em todas as suas formas e também na política. Isso significa dizer um sim bem grande à democracia, pela qual tanto lutamos.
* É diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do Centro Preparatório Jurídico e atual presidente do PSDB no Amazonas. Diplomata, foi por 20 anos deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos e três vezes prefeito da capital da Amazônia.
Violência contra a mulher: um crime intolerável
Estupro corretivo, estupro entre casais, estupro de casamento não consentido, estupro ordenado para punir. E eu me pergunto: evoluímos?
Manaus – Nesta última semana, o país foi balançado por imagens e notícias chocantes, para dizer o mínimo, de um profissional de saúde, um médico anestesista, que induziu uma paciente à condição de vulnerabilidade, ao sedá-la para o parto, e praticou violência sexual durante o ato cirúrgico. É aterrador, tanto o crime quanto o sentimento de impotência.
Atos de violência contra as mulheres me causam profunda revolta e nos coloca, todos os seres humanos, de volta à Idade Média, à idade das trevas, onde o patriarcado instalado em toda a sua potência estabeleceu a mulher como mercadoria que poderia ser arrebatada, violada e trocada. E o estupro também foi alçado como instrumento de poder e controle. Estupro corretivo, estupro entre casais, estupro de casamento não consentido, estupro ordenado para punir. E eu me pergunto: evoluímos?
Intelectual e moralmente podemos dizer que já superamos esse estado, ao menos alcançando instrumentos à Justiça para punir. Aí nos deparamos com essas mostras de relações machistas que se dão, aparentemente, para institucionalizar uma hierarquia de poder, com a força bruta e a barbárie de uma atrocidade cometida contra um ser vulnerável (pessoas sob o efeito de álcool, com medo, emocionalmente abaladas, crianças e idosos, apenas para citar alguns exemplos).
Estupro não é sexo, é violência na sua forma mais brutal. É um crime que deve ser combatido e jamais justificado. Temos que manter os olhos abertos e vigilantes. Temos que fortalecer toda a rede de proteção das mulheres, desde as delegacias especializadas, até o atendimento personalizado para o enfrentamento da violência praticada contra a mulher e, muito fortemente, preparar a sociedade e as autoridades envolvidas para o acolhimento correto e não a apatia e o preconceito com que hoje ainda são tratadas as vítimas de violência.
Que encontremos a luz, como sociedade e individualmente, para sairmos da idade das trevas, definitivamente.
*Arthur Virgílio Neto é diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do Centro Preparatório Jurídico e atual presidente do PSDB no Amazonas. Diplomata, foi por 20 anos deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos e três vezes prefeito da capital da Amazônia.
45 Anos de Vida Pública: Cheio de energia e amor para continuar
Nunca baixei a cabeça para os adversários do meu Estado, nunca tive complexo de inferioridade frente aos Estados mais ricos
São poucos os políticos do Brasil que podem comemorar, nos braços do povo e com o reconhecimento de todos, 45 anos dedicados à vida pública. Sou um deles, e fiquei imensamente feliz em receber muitas homenagens esta semana, durante um evento que reuniu algo em torno de duas mil pessoas, que representam todas as que vim conquistando durante minha trajetória.
Foi uma grata homenagem. O reconhecimento do povo do Amazonas e do povo de Manaus de que atuamos bem, defendendo, de forma intransigente a Zona Franca, uma boa política ambiental, não cedendo a ninguém. Nunca baixei a cabeça para os adversários do meu Estado, nunca tive complexo de inferioridade frente aos Estados mais ricos. Entrei na vida pública para valer e vou sempre estar para valer em qualquer cargo que exerça, em qualquer missão que me seja dada.
A festa para a comemoração dos meus 45 anos dedicados ao Amazonas e aos interesses das minhas irmãs e dos meus irmãos amazonenses foi uma prova da nossa força, da força do nosso povo. Repetindo as palavras do meu querido Amazonino Mendes, que está ao nosso lado como pré-candidato ao governo do Estado: “nossa força vem do povo”, e o povo é imbatível.
Tenho muitos momentos que posso considerar históricos nessa minha trajetória política, como por exemplo, com pouco mais de 20 anos fui escolhido pelas lideranças estudantis para ser membro da primeira Executiva Estadual do MDB do Rio de Janeiro, na luta contra a ditadura. Isso me emociona e me engrandece, porque ali tínhamos a missão de fazer raiar a liberdade sobre o horizonte do Brasil. Tudo começou ali.
Depois disso, fiz muitas campanhas, disputei vários cargos – prefeito, governador, deputado federal, senador – e é algo que faço com muito amor. Muitos fazem política com o fígado, com ódio, com vingança e com a perversidade. Eu faço com amor e por amor. Além de me sentir preparado, além de sempre ter dado conta do recado em todos os cargos que ocupei, aprendi que a minha vocação é trabalhar pelo amor que eu tenho pelo povo do Amazonas. Podemos enfrentar pessoas que têm fel, mas eles perdem, porque eu sou cheio de mel.
Posso garantir com segurança que, ao completar 45 anos de vida pública, estou cheio de energia para continuar. Sinto-me com o vigor daquele jovem de 20 anos, que deu início a essa trajetória. Eu estou pronto para essa caminhada e ser o primeiro a me inscrever para falar no Senado, em 2023. Duvido que alguém consiga se inscrever antes de mim. E eu vou rezar a cartilha completamente, avisando que não se toca mais na Zona Franca a não ser para reformar, modernizar e financiar o modelo que mantém a nossa floresta em pé. Era assim e vai ser assim.
É diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do Centro Preparatório Jurídico e atual presidente do PSDB no Amazonas. Diplomata, foi por 20 anos deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos e três vezes prefeito da capital da Amazônia.
PSDB-AM terá elenco de peso e representatividade nestas eleições
Teremos candidatos ao Senado, à Câmara dos Deputados, à Assembleia Legislativa e, certamente, ao governo do Estado
Chegamos ao mês de julho, pouco menos de 90 dias para a realização das eleições gerais que vão escolher os futuros presidente, governadores, senadores, deputados federais, estaduais e distritais para os próximos quatro anos – oito, no caso dos senadores. É um mês importante no calendário eleitoral porque começam a se definir os múltiplos cenários tanto para a Justiça Eleitoral quanto para partidos, pré-candidatos e eleitores.
Como dirigente do meu partido no Amazonas, o PSDB, tenho trabalhado intensamente em fortalecer nossas bases para chegarmos a essa reta definitiva com um elenco expressivo disputando todos os cargos abertos no Estado. Teremos candidatos ao Senado, à Câmara dos Deputados, à Assembleia Legislativa e, certamente, ao governo do Estado, em parceria com o nosso partido federado, o Cidadania.
Trabalhamos para que todas, todos e todes estejam representados no elenco de candidatos, mulheres, homens e representantes LGBTQIAP+, em um leque de representatividade de jovens, adultos e os que já passam dos 60 anos com tudo o que têm a oferecer com suas experiências de vida, talento e sabedoria. Também estarão representadas as diferentes matizes étnico-culturais do nosso Estado.
Isso é o que o PSDB-Amazonas busca: ser integral, amplo, inclusivo de todas as características que marcam o nosso povo brasileiro e, especialmente, o amazonense. E tudo isso será confirmado em nossa convenção partidária, que deverá ocorrer nos próximos dias, dentro da margem estabelecida pelo calendário eleitoral.
De meu lado, estou pré-candidato ao Senado e tenho singrado os rios amazônicos para levar uma palavra de fé e de esperança aos meus irmãos e irmãs do interior que vivem em meio à beleza natural e à riqueza de seus recursos, mas ainda em situação de pobreza e abandono, em busca do sonho do Eldorado, que aqui não significa tesouros físicos ou míticos, e sim condições necessárias para crescer, se desenvolver, se educar dignamente e ter saúde para trabalhar o seu futuro.
Estou com eles nessa busca e, com certeza, trazendo a minha força de luta e a minha experiência para que, juntos, possamos chegar a esse ponto desejado. Que Deus nos ilumine nessa caminhada, que será dura, mas vitoriosa, com certeza.
*Arthur Virgílio Neto é diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do Centro Preparatório Jurídico e atual presidente do PSDB no Amazonas. Diplomata, foi por 20 anos deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos e três vezes prefeito da capital da Amazônia.
Um povo guerreiro e acolhedor
O interior sempre esteve carente das coisas mais básicas, mas é inquestionável que o grau de sofrimento das pessoas aumentou, em muito, beirando à tragédia
Estou fazendo uma imersão no interior do Amazonas e já percorri mais de 20 municípios, nas diversas calhas de rio – Negro, Solimões, Purus, Madeira, Amazonas – de Iranduba a Humaitá. Ainda faltam muitos lugares a serem visitados, mas já tenho uma imagem muito clara e definida na minha mente. Meu povo sofre pelo abandono. O interior sempre esteve carente das coisas mais básicas, mas é inquestionável que o grau de sofrimento das pessoas aumentou, em muito, beirando à tragédia.
Fui a municípios castigados pelas cheias, como em Anamã e Anori, e em outros onde falta até energia elétrica, como foi o caso de Humaitá. Em todos, as reivindicações foram sempre as mesmas: infraestrutura e logística para a economia, para escoar produção, para trabalhar e fazer o seu próprio sustento e de suas famílias. O povo quer condições para trabalhar e viver.
Cada canto do Amazonas tem uma potencialidade a ser utilizada em favor da população e da economia dos municípios, mas não há uma política efetiva, nem federal, nem estadual, para fazer que essas potencialidades sejam economias reais e consolidadas, a partir da nossa maior riqueza: a biodiversidade, que seria capaz de levar prosperidade aos amazonenses e a todos os brasileiros.
E o que mais me marcou até agora? A coragem de um povo guerreiro, alegre e disposto a enfrentar os dissabores com energia e a receber os seus com os braços abertos e muito amor no coração. Estou energizado pelo carinho que venho recebendo nessa trajetória e isso aumenta ainda mais o meu compromisso de trabalhar, trabalhar e trabalhar para o bem das pessoas do meu Amazonas.
Sobre o autor
É diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do Centro Preparatório Jurídico e atual presidente do PSDB no Amazonas. Diplomata, foi por 20 anos deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos e três vezes prefeito da capital da Amazônia.
O Plano Real e o enorme legado de FHC
Viramos as costas para um passado de fracassos e tornamos o Brasil contemporâneo ao seu próprio tempo
O Plano Real completou 28 anos e para quem tem menos de 30 anos é quase impossível dimensionar a realidade vivida pelo país até então. Um histórico que acumulava hiperinflação, com H maiúsculo, chegando no início dos anos 90 a acumular 6.800% em um ano; um endividamento externo desproporcional a sua economia e PIB; um desequilíbrio fiscal que impedia a retomada do crescimento econômico; profundas desigualdades sociais; isso sem contar a crise política, pois estávamos ainda em um processo de transição da ditadura para democracia e um primeiro presidente civil eleito pelo voto direto teve seu mandato interrompido pelo processo de impeachment.
Para a sorte dos brasileiros, Itamar Franco assumiu o mandato e, após 12 planos econômicos consecutivos, desde 1979, sem efeito na vida dos brasileiros e na economia do país, chamou Fernando Henrique Cardoso para conduzir o Ministério da Economia. E ele chamou uma equipe de prestigiosos, talentosos e conhecidos economistas – Pérsio Arida, André Lara Resende, Gustavo Franco, Pedro Malan, Edmar Bacha e Winston Fritsch, entre outros – que, sob a sua batuta, elaboraram o Plano Real, implementando um conjunto de reformas que se tornaram históricas para o país por diagnosticar corretamente os problemas e trazer soluções factíveis e perduráveis.
De cara, o Plano Real deu condições para o ajuste fiscal, a desindexação e a âncora nominal que, na prática, correspondem ao lançamento do Real como moeda oficial do país. Esse conjunto de medidas possibilitou o que estava sendo perseguido desde o início: o controle da inflação, incorporando também o câmbio flutuante a esse tripé macroeconômico vitorioso. Além disso, provocou efeitos culturais, políticos e sociais, com a influência, por exemplo, na elaboração da Constituição de 1988, proporcionando o que hoje se conhece como desvinculação de receitas da União. Sem contar a responsabilidade fiscal, hoje instrumento legal da sociedade para fiscalizar os gastos de seus gestores, e os efeitos na distribuição de renda para a população mais pobre.
O Plano Real é, sem dúvida, o evento econômico mais relevante dos últimos 100 anos no Brasil. Viramos as costas para um passado de fracassos e tornamos o Brasil contemporâneo ao seu próprio tempo. Tenho muito orgulho de ter sido duas vezes líder no Congresso Nacional e também ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso. Se o tempo voltasse, eu me dedicaria de novo à defesa apaixonada de um governo que só fez bem ao Brasil.
* É diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do Centro Preparatório Jurídico e atual presidente do PSDB no Amazonas. Diplomata, foi por 20 anos deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos e três vezes prefeito da capital da Amazônia.