CANÇÃO DO EXÍLIO

CANÇÃO DO EXÍLIO

Acordei pensando na CANÇÃO DO EXÍLIO, do imortal poeta Gonçalves Dias. O general das badernas é G. Dias. O poeta, que nos enche de ternura e admiração, ele sim, é Gonçalves Dias. Vamos à íntegra deste poema que atravessa os tempos.
CANÇÃO DO EXÍLIO

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas tem mais flores,
Nossos bosques tem mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Bom fim de semana às pessoas de coração meigo e sensibilidade para perceber a beleza da obra de Gonçalves Dias!

E AGORA, LULA?

E AGORA, LULA?

Alertei, há algum tempo, a todos que, verdadeiramente, lutam por liberdade e, portanto, por autêntica democracia, que a CPMI sobre as badernas de 8 de janeiro, inevitavelmente, teria de ser instalada. Não tem como o presidente do Senado, o presidente Lula ou quem mais seja, evitar o esclarecimento inteiro dos fatos vergonhosos, que se passaram naquele dia fatídico.
Afirmei, igualmente, que os dias subsequentes, claramente transtornavam a “paz” de Lula da Silva. A força que, com seus acólitos, fez para a investigação não se viabilizar, acendia minhas desconfianças e, estou seguro, as desconfianças de milhões de brasileiros.

A mentira tem pernas curtas. De repente, o general Gonçalves Dias se revelou o “poeta” sem talento da trama. Sua “poesia” rimava com hipocrisia. Virou garçom de luxo, servindo água aos baderneiros, ensejando a pergunta lógica: baderneiros descontentes com a vitória de Lula ou baderneiros prestando serviços a alguém desprovido de caráter e espírito público? Flagrante delito. Falsidade rima com maldade. Vemos as águas mais claras agora. Lula tinha motivos, escusos, para temer a CPMI.

Mais deprimente até que as imagens do general poeta não poeta, fartamente divulgadas, foi ele próprio e seus parceiros de mentiras, depois de imporem sigilo ao “teatro”, sobre o material que, para eles, nunca deveria ter sido divulgado, por significar a desmoralização de desmoralizados e uma volta de 180º no caso da desordem que desrespeitou as principais instituições deste país.

Refiro-me à patética reunião em que o general-poeta-não poeta se entendeu com Lula da Silva e saiu com a desculpa de estar sem saúde, para fugir da audiência na Câmara, que, certamente, começaria a CPI antes mesmo de ela ser  formal e legalmente instalada. Em tempo: mais cínico do que tudo foi o general -poeta-não-poeta ter pedido demissão a um homem que , supostamente, “não sabia de nada”. Que, aliás, “nunca sabia de nada”. Talvez por isso não saiba governar,  para logo depois pedir demissão.

Presidente Lula, é claro que sua sombra, garçom de luxo, teria mesmo de ser demitida. E ela, a sombra, vai ficar caladinha. Mas tomo a liberdade de lhe dizer do espanto que me assalta, em sentido figurado.
No “petrolão”, nós, brasileiros, fomos assaltados no sentido próprio mesmo.

Tudo que aconteceu em 8 de janeiro precisa ser, como aconteceu na CPI do “mensalão”, investigado, escrutinado e elucidado para que nada parecido volte a acontecer.

A CPMI é urgente e deve ser instalada já. Presidente que é presidente, não foge da verdade. Vamos saber se tudo que Lula queria mesmo era ver o circo pegar fogo. Lula, eu e muitos sabíamos que jorrariam escândalos de sua “gestão”. Mas não pensei que fosse pra já. Achava que seus liderados agiriam com mais cuidado.
Não agiram!