
O Brasil e o mundo precisam pensar em um novo modelo de economia que esteja mais centrada no crescimento
O Brasil e o mundo precisam pensar em um novo modelo de economia que esteja mais centrada no crescimento, com inflação baixa, sem comprometer de forma desnecessária os recursos naturais do planeta e onde não seja tão relevante que o Produto Interno Bruto (PIB) seja tão elevado. O mais importante deve ser o que fazer com o PIB pelo desenvolvimento social, pelo crescimento do país e pelo bem das pessoas.
É possível crescer em torno de 4% ao ano, como eu almejo para o Brasil, por anos e anos seguidos, com inflação baixa, em torno de 2% anuais. Nós temos que chegar a isso. Não adianta ficar perseguindo um crescimento de 7% ao ano e vir com uma inflação alta, pesando em forma de desemprego e fome.
Hoje estamos vivendo esse pesadelo. Há oito meses a inflação no Brasil bate a casa dos dois dígitos e, segundo os especialistas, só baixará desse patamar em setembro. Ou seja, teremos um ano todo com inflação de dois dígitos, já acumulados, até agora, acima de 12%. E isso tem afetado sobremaneira a população brasileira porque na ponta dessa corda, que puxa a inflação para cima, estão os alimentos e o transporte, pressionados pelos constantes aumentos dos combustíveis.
É preciso eficiência nos gastos e na aplicação dos recursos. É preciso não se permitir a farra com o dinheiro público. É preciso consolidar a consciência de que não há espaço para tolerar a desordem fiscal, a inflação alta e, ao mesmo tempo, imaginar que crescer a produção resolverá todos os problemas. Não resolve, se não vir acompanhado de racionalidade na gestão e nos gastos dos recursos. O que resolve é aproveitar o crescimento de maneira muito útil sob a forma de bem-estar para o povo.
Precisamos pensar nessa nova economia, em aproveitar nossos recursos naturais, nossa biodiversidade, a nosso favor e não entregando para exploração de mãos inescrupulosas e que não pensam no planeta e nem nas pessoas, como ocorre agora em parte significativa da Amazônia com o garimpo, por exemplo.
O Brasil tem jeito, tem riquezas, tem gente trabalhadora. Faltam cabeças pensantes, com olhar no futuro, para reequilibrar nossa economia e nossa política ambiental em favor da prosperidade e da sobrevivência da humanidade.
* É diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do Centro Preparatório Jurídico e atual presidente do PSDB no Amazonas. Diplomata, foi por 20 anos deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos e três vezes prefeito da capital da Amazônia.
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