Desastre

Brasília entra no Radar. Governo Lula, através de Haddad, pediu ao Presidente autônomo do Banco Central, Roberto Campos Neto, que tolerasse 1% a mais de juros nas metas de inflação. Anotem que Lula iniciou o governo querendo acabar com o regime de metas de inflação. Logo a seguir, sua cabeça “privilegiada” admitiu a manutenção desse pilar essencial, que são as metas de inflação, desde que fossem estabelecidas as metas de crescimento também.

Lula não sabe que o crescimento deriva da inflação vivida pelo país. Essa história de estabelecer, ao mesmo tempo, metas de inflação e metas de crescimento, é uma das coisas mais estultas que já vi na vida. Praticamente define o nível de “informação” do governante sobre a questão econômica e, com certeza, desqualifica o “estadista” autor (?) da “ideia”.

Lula, após hesitações, teve de aceitar as metas de inflação, sem o disparate das metas de “crescimento”. Não quebrou, então, parte essencial do tripé macroeconômico implantado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. No trato com o câmbio, tudo normal até aqui, graças à autonomia do BACEN e à boa gestão de Campos Neto. Lula só não aceita mesmo, de coração, a terceira parte do tripé, que é a Responsabilidade Fiscal. Aguardemos o “arcabouço fiscal” que Haddad prometera pra março e jogou para abril. Vamos ver se é suficiente ou insuficiente. E Haddad tem o dever de revelar o nome de quem fez o trabalho para ele.

EUA priorizando o combate à inflação e Lula pedindo ao presidente Campos Neto mais 1% de tolerância à inflação. Cordeiro (mau governante) fazendo acordo com lobo (inflação) nunca deu e nunca dará certo para o cordeiro.

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