Ele não está morto!
Não como todos insistiam que seria.
Não se “morre” a obra de tantas vidas.
Vidas que couberam no coração desse grande Amazonense.
Ao nascer nós choramos e ao partir nós dormimos.
Ele dormiu e eu vim, como prometi, pra dizer que tá tudo bem. Que ficaremos todos bem e que tá na hora de parar de se preocupar.
E isso não se estende só a nossa família, mas a todos os amazonenses que ele conheceu e procurou servir.
Trouxe estradas, construiu casas, escolas e uma universidade pública, conseguiu cartão pras famílias antes do bolsa família ser realidade no Brasil.
Homem forte.
Meu pai.
Digno, amado e respeitado.
Ele sabia de tudo ao redor e se preparou pra isso.
Nós também.
Foi no tempo de Deus e não dos homens.
Foi com dignidade, como todos nós, seres humanos merecemos partir.
Não deixou nada por fazer e nada por viver.
Foi uma vida extraordinária para aquele caboclo do interior.
Ele se provou um grande estadista, um político de vocação, como já não existe mais.
Meu pai Amazonino Armando Mendes é para sempre o sinônimo do Estado do Amazonas.
Da cor morena, do sorriso lindo, da esperteza das calhas, do peixe, da farinha, do “cozidão”, das frutas que só a gente tem.
Papai, como as barrancas, se deixou levar pelo rio da finitude do corpo, para depois voar livre desse mundo difícil que tanto lutou por melhorar.
Meu pai. A de Ama. A de Alma e M de muitos, pois nele habitavam engenheiros, médicos, juristas, contadores, arquitetos, poetas e ribeirinhos.
Ele amava o Amazonas, como um pai ama seu filho. As vezes com a dureza que precisava ter para que vivêssemos o melhor de nós mesmos.
A boa notícia é que a morte é passagem para um outro lugar.
E portanto eu repito.
Não se “morre” o que é eterno!
Porque o amor fica, enquanto a alma se liberta.

Livia Mendes, filha.

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