UMBERTO CALDERARO FILHO

Hoje, 16 de junho, ficam marcados os 28 anos do falecimento de meu amigo, amigo mesmo, Umberto Calderaro Filho. O tempo de conversas e mais conversas nos aproximou muito. Sentia uma ligação inexplicável, puxando para o espiritual mesmo.

“Seu” Umberto conhecia todos os restaurantes de comida gostosa de Manaus. E eu o acompanhava, invariavelmente, surpreso com o fato de ser eu um prefeito que vivia nos bairros e desconhecer a boa gastronomia que ele descobria, onde quer que ela estivesse.

Calderaro era um homem corajoso: “nos tempos duros de A Crítica, os coquetéis eram molotov”. Certa vez, uma magistrada anunciou que a edição do dia seguinte “não sairia” e que ela iria fazer cumprir essa “decisão” com o apoio de força policial.

“Seu” Umberto me contou isso e disse que iria ficar no seu gabinete a noite inteira. Imediatamente, falei-lhe que faríamos o serão juntos. E enchi certos espaços das entradas do jornal com gente que iria resistir fisicamente a esse arreganho arbitrário. E passamos a noite inteira conversando, minha professora d. Rita, eu e o carcamano bravo.
A juíza desistiu da decisão insana, que representava um atentado à liberdade de imprensa. Felizmente, para todos nós. O dia começava e o jornal tinha uma logística febril para distribuição da edição do dia. E meu amigo estava cansado. Pedi-lhe que me permitisse tocar esse processo alucinante: carros, Vans, motos etc. Parecia um formigueiro. Acho que dei conta do recado!

Tenho, aqui na minha mesa de trabalho, apenas quatro livros: um do grande Almino Affonso, outro sobre meu pai, um terceiro registrando, por fotos, a história brasileira recente, do falecido Orlando Brito e A CRÍTICA DE UMBERTO CALDERARO FILHO. Tenho muita honra em ter sido um dos depoentes ao autor Júlio Antônio Lopes.

Todo 2 de novembro visito a sepultura dele. Soube de sua morte, estava em Petrópolis, RJ, e desci a serra imediatamente para chegar ao Galeão e voar para Manaus. Quando o vi, fiquei chocado e um tanto órfão. Depois, tudo virou lembrança boa de um ser que eu amava e sei que me amava também.

Até um dia, meu amigo querido. Escrevo-lhe com muita emoção e saudade!

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