É hora de os tucanos encararem suas verdades de frente, vencer o desafio de prévias e chegar ao final do processo limpo, mais magro e com musculatura.

Estava tudo preparado para ser o grande momento do PSDB nos últimos anos, um momento que marcaria o seu reencontro com a militância e suas raízes democráticas, com um apelo forte à reconstrução econômica do país, com sensibilidade social e com a Amazônia colocada na agenda do partido. A votação das prévias, no último domingo, não foi como esperada e, sendo franco, não foi por falta de alertas. Desde o começo, defendi, assim como o candidato João Doria, prévias universais, com direito ao voto de todos os filiados e sem peso diferenciado – um homem, um voto – assim como defendíamos, também, o uso do sistema de urnas eletrônicas, que tão bem fez e faz para nossa Justiça Eleitoral. Mas, tenho certeza que as falhas serão sanadas para que nossos filiados possam escolher o nome que julgam ser o melhor para representá-los nas eleições presidenciais de 2022.

Considero as prévias muito mais que a escolha de um nome, elas são a oportunidade do PSDB se soerguer, voltar às suas origens. Somos o partido da social-democracia e nele não cabe voto a favor de PEC dos Precatórios, não cabe dinheiro de emenda de relator. Claro que para deixar limpo é preciso antes mexer na sujeira, e nada de jogar para baixo do tapete. Quero um PSDB unido, sim, mas por aqueles que realmente representem o espírito tucano. Sou daqueles que prefere uma verdade amarga, que uma doce mentira. É hora de os tucanos encararem suas verdades de frente, vencer o desafio de prévias e chegar ao final do processo limpo, mais magro e com musculatura.

Fui muito claro durante a campanha ao dizer que o PSDB precisa se purgar. Eu vejo que o partido hoje é como um caminhão carregado de maçãs boas, mas tem uma que está podre e está contaminando algumas ao seu redor. Essa maçã tem nome e sobrenome: Aécio Neves. Sou a favor de que, logo após a conclusão das prévias, o PSDB coloque na mesa essa discussão. O que nos interessa um partido com uma considerável representação no Congresso, se esses representantes não jogam a favor do partido, mas de interesses particulares, jogam pelo clientelismo? De que nos serve, a não ser desacreditar o partido, desestabilizá-lo e apequená-lo no cenário nacional, tornando-o chacota nas rodinhas do poder? Sou a favor de desinflar esse balão, retirando o gás nocivo.

Não vamos esmorecer. A democracia já precisou de lutas muito mais travosas que essa. E vamos juntos salvar o PSDB, encher de dignidade, orgulho e esperança os nossos militantes e também o povo brasileiro. Vamos à luta! Ela nem sempre é justa e quase sempre é dura e amarga. Mas a vitória é, sem dúvida, o maior regozijo. Repito aqui a frase imortalizada de um tucano verdadeiro em alma e essência, Mário Covas. “Adversidade? Não me venham falar em adversidade. Diante dela só há três atitudes possíveis: enfrentar, combater e vencer”.

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