Para Arthur a “enorme floresta tem uma grande responsabilidade na luta pela saúde do clima”

Todo dia é dia de alerta em defesa da floresta amazônica. Os predadores são vorazes e devemos enfrentá-los. E os motivos estão cada vez mais evidentes, infelizmente, com grande parte da nossa Amazônia brasileira sucumbindo, com recordes de desmatamentos pelo terceiro mês seguido. Trato desse assunto com frequência, sem temor de me acharem repetitivo. Aliás, quanto mais eu repetir, mais creio que terei chances de ser entendido e de ajudar as boas mudanças. Nada melhor que o Dia Mundial do Meio Ambiente, consagrado à ideia de que, sem respeito à ecologia, estratégia econômica nenhuma será boa para a humanidade.

Aproveito que os olhos do mundo estão voltados para os riscos crescentes do aquecimento global, voltados para nossa região. A Amazônia, sua floresta, seus rios, seus índios, seu povo sofrido e sábio. Essa enorme floresta tem uma grande responsabilidade na luta pela saúde do clima. Particularmente, neste 2021, quando ainda estamos sob o impacto devastador da pandemia do Covid-19, deixo para o Brasil e para o mundo alguns inevitáveis questionamentos:

Por que governantes permitem que a Amazônia venha sofrendo seguidos recordes de desmatamento? Por que permitem garimpo em terras indígenas, garimpeiros fora da lei, que destroem todo um patrimônio histórico, econômico, afetivo, construído pelos habitantes tradicionais de nossa terra? Por que ainda temos como ministro do Meio Ambiente um cidadão que se opõe às práticas ambientais corretas, um cidadão cuja proposta escusa, feita em plena reunião de ministros com o presidente, é “passar a boiada” e exportar madeira ilegal extraída de grande floresta? Por que pessoas de baixo caráter continuam derramando o sangue verde de nossa valiosa flora e, igualmente, o sangue de nossa vasta fauna e dos povos tradicionais que merecem sempre muito respeito.

Já passa da hora de se proteger a Amazônia e de se explorar, com a floresta em pé, o maior banco genético do planeta e seu inestimável potencial de economia verde, sustentável. Cientistas alertam que, em poucos anos, poderemos ter uma savana aqui. Líderes globais pressionam para que o governo brasileiro freie, urgentemente, o desmatamento e as queimadas. A insensatez ameaça, inclusive, a soberania nacional sobre a Amazônia. A sabedoria está em unir a cultura acadêmica dos cientistas à sabedoria empírica dos índios e dos caboclos.

Brasil, peço com humildade e amor: cultivemos o sentimento de pertencimento sobre a maior floresta tropical e a maior bacia hidrográfica do planeta. Acabemos, de uma vez por todas, com esse olhar viciado e vicioso de “floresta exótica” e “pulmão do mundo”, que ainda habita o imaginário de tantos.

A Amazônia precisa ser vista como um instrumento de enriquecimento do Brasil e de parceiros nacionais e até internacionais, com as árvores em pé e os rios intocáveis, como resultado da luta de brasileiros e amazônidas de coração largo e mente aberta. Salvemos a Amazônia do desastre. Não traiamos o futuro dos que virão depois de nós.

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