Já está mais do que na hora dos brasileiros, e sobretudo do governo central, enxergar a Amazônia da forma que deve ser vista

Esta semana demos um grande passo rumo a tão sonhada nova social-democracia com a aprovação das regras para as prévias presidenciais do PSDB, uma proposta debatida por todos os candidatos e que possibilita condições igualitárias de disputa. Fui o primeiro a defender prévias, ainda em 2018, por entender que o PSDB e a democracia estavam em cheque. A ideia era evitar maniqueísmos e aventuras. Não sensibilizei um partido que se estava deixando caducar, mas a semente foi plantada e as prévias agora são realidade.

Consolido minha participação nesse processo com 32 anos de serviços prestados ao partido e com a bandeira da defesa da Amazônia, não com um olhar provinciano, mas de alguém que vê a grandeza da floresta em pé para o mundo e para o desenvolvimento sustentável do País. Já está mais do que na hora dos brasileiros, e sobretudo do governo central, enxergar a Amazônia da forma que deve ser vista: como o maior banco genético do mundo, da biodiversidade, das águas potáveis que vão virar commodities e pela importância dessa região para a saúde do clima.

Além da defesa da floresta em pé e do trabalho engenhoso e salutar entre a ciência e o conhecimento tradicional dos povos da floresta, irei apresentar um macroprograma de governo, que contempla propostas para a política internacional, política econômica e social. É preciso desengessar o orçamento da União, ter um pacto federativo mais justo aos Estados e municípios, da mesma maneira que é urgente resgatar a austeridade fiscal do País, reduzindo gastos de custeio para gerar mais recursos aos investimentos.

Terei a honra de ser um dos quatro nomes a disputar essas prévias partidária juntamente com o senador pelo Ceará, Tasso Jereissati e os governadores do Rio Grande do Sul e São Paulo, Eduardo Leite e João Dória, respectivamente. Todos são políticos de bagagem e figuras pelas quais teço sincera amizade e admiração. Não tenho dúvida de que o PSDB tem quadros fortes pra ser terceira, segunda e até primeira via nas eleições 2022. Por oito anos governamos o Brasil e, quando não ganhamos as eleições, fomos o segundo, sendo escolhidos para ser o fiscal do governo eleito. Muita gente não entende isso, mas a oposição é um lugar de honra e respeito.

Estou bastante tranquilo em relação a disputa e estou honrado com essa possibilidade. Se vencer, seria o primeiro presidente do Norte do País. Mas não é um jogo de vaidades, é uma possibilidade de chegar ao governo com um projeto. O PSDB tem um acervo de realizações que os outros partidos não têm. Basta rememorar o Plano Real, a vitória sobre a hiperinflação, o controle da inflação, a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Programa de Reestruturação dos Bancos, o Proer, que bania banqueiros corruptos e poupava correntistas e pequenos acionistas, entre tantos outros feitos.

Agora, temos a possibilidade de, novamente, escrever um capítulo importante não somente para história do PSDB, mas do Brasil, estimulando o debate democrático e defendendo esse valor sobre todas as circunstâncias, motivando quem sabe que outros partidos também promovam suas prévias e, assim, possamos criar a tão necessária candidatura de centro, tirando o País da polarização entre direita e esquerda e apresentando uma proposta madura de união do Brasil com os brasileiros.

*Diplomata, foi deputado federal, senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique Cardoso, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, líder das oposições no Senado ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e três vezes prefeito da capital da Amazônia – Manaus

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