Diplomata fala sobre a importância da pesquisa brasileira no combate à Covid-19

Manaus – Esta semana tivemos mais um rico debate pelo Núcleo de Educação Política e Renovação (NEPR) do Centro Preparatório Jurídico (CPJUR), o qual tenho a honra de coordenar. Um projeto que ainda está no seu terceiro encontro, mas que já demonstra que nasceu para ser grande, porque fomenta a democracia, a formação cidadã e a ética na administração pública.

Com o tema: “A importância da pesquisa brasileira no combate à Covid-19”, prestigiei uma verdadeira aula do pesquisador e médico infectologista Marcus Lacerda e do psicólogo e epidemiologista Eduardo J. S. Honorato, ambos especialistas em saúde pública. Livre da bandeira partidária, o que ficou provado é que o Brasil vive graves e doloridos reflexos do negacionismo, do não respeito ao isolamento social e às medidas de prevenção, da falta de fé nas vacinas e de um governo central que direcionasse o país para o efetivo enfrentamento da pandemia.

A descrença na pesquisa e na ciência, aliás, se tornou ainda mais evidente nesse período, com corte nos investimentos direcionados à área. Por outro lado, vimos gastos de custeio sendo aumentados no Congresso Nacional. Uma vergonha, desrespeito ao povo brasileiro, desrespeito à vida. E o resultado dessa marcha contra à sensatez na saúde pública é o triste número de 400 mil brasileiros e brasileiras perderam a vida por causa do novo coronavírus e, no Amazonas, muitos foram cruelmente asfixiados pela falta do oxigênio.

Os que sobrevivem ao vírus – ou por não terem sido infectados ou por conseguiram se recuperar – precisam lidar com uma economia aos frangalhos, com PIB em queda, alta taxa de desemprego e inflação crescente. É um cenário desanimador, mais ainda porque não se tem perspectivas reais de recuperação. A reforma tributária já é dada como morta e o Plano Nacional de Imunização segue em passos de jabuti.

A vacina salva vidas, e diria que duplamente. Salva quando auxilia o sistema imunológico a conter o agravamento da Covid-19 no organismo e salva quando é tida como a única alternativa comprovadamente eficaz para se promover a retomada da economia. O Brasil é o único país do mundo que ainda discute a eficiência da cloroquina como tratamento precoce para Covid-19, uma grande mentira! Brasil vira as costas para a ciência e vai na contramão do caminho para minimizar os efeitos da pandemia.

É como disse o doutor Eduardo Honorato, “Ser cientista se tornou um ato de resistência no Brasil”. Que sejamos todos resistência!

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