Meu amigo (e isso é pra sempre), tradicional e correto adversário, Aloizio Mercadante, dirige hoje o BNDES.

Desejo-lhe todos os êxitos e vejo que já se dispôs a atender um pedido que ainda não lhe fiz diretamente e que só farei hoje após as celebrações do Carnaval.

Esse pedido em nada se parece com tantos, bem diferente do que você ouvirá por lá: use todo o seu caráter e não ceda à pressão política interna e externa da “bancada” de Jorge Paulo Lemann, fingindo brigar por empregos dos funcionários das Americanas. O que a empresa 3G (Lemann, Sucupira e Telles) pretende mesmo é pôr as mãos em muitos bilhões que eles próprios não perderam, porque os perdedores foram os fornecedores e, pela lógica do golpe, até mesmo os bancos.

Aloízio, sempre convivi com seu espírito público. Daí a certeza de que golpes desse tipo não encontrarão guarida no BNDES comandado por você. Bilionários como os já citados não podem ser beneficiados com nenhum centavo de dinheiro público, eles que são um polvo de mil tentáculos, muito provavelmente com influência, alguma pelo menos, no governo de que você faz parte.

Oponha-se a essa excrescência. O “trio de ouro” armou e executou uma fraude brutal da empresa 3G para tomar dinheiro das Americanas e depois do BNDES, que precisa, isto sim, atender pequenos e médios empreendedores e não bilionários flagrados em delito. Vou contar a fraude liderada por Lemann, Sucupira e Marcel em capítulos.

O “trio de ouro” pretende, lógico, mascarar a fraude. Sua bancada vai “berrar” pelos 44 mil empregos que serão ou seriam perdidos pelas Americanas de tanta capilaridade. Ora, uma cadeia de lojas do mesmo porte, que incorpore a empresa saqueada, certamente, manterá o grosso dos empregos.

Falo agora ao “trio”: vocês ganharam muito dinheiro nas regras do capitalismo. Jorge, Sucupira, Marcel Telles: vocês já viram algo tão anticapitalista quanto usar dinheiro público para socorrer bilionários? Nada dói na consciência de vocês, não? Precisamos da certeza, caro Mercadante, de que essa fraude não dará a impressão de que, no Brasil, o crime compensa.

Li você já declarando que “O BNDES NÃO É HOSPITAL E NÃO SOCORRERÁ AS AMERICANAS”. Fiquei feliz. Mas a luta está apenas começando. Um forte abraço.

Arthur Virgílio Neto.

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