“Para o Brasil ser aceito na OCDE se faz urgente e necessário uma completa guinada na sua política ambiental e na sua política de desenvolvimento econômico”

O Brasil recebeu, recentemente, convite para renegociar sua entrada na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 38 países para estimular o desenvolvimento econômico e o comércio mundial, com sede em Paris. Esse é um plano antigo, mas que segue aos trancos e barrancos. Colômbia e Chile já estão lá, assim como Austrália, EUA e quase toda a Europa.

Um dos principais requisitos para a entrada do país na OCDE e investir em qualidade ambiental e, consequentemente, a Amazônia está mais que dentro da questão. É claro que para o Brasil ser aceito na OCDE se faz urgente e necessário uma completa guinada na sua política ambiental e na sua política de desenvolvimento econômico para a região Amazônica, com foco no aproveitamento das potencialidades naturais de forma sustentável. Também se faz urgente e necessária a recomposição das contas públicas.

O Brasil precisa estar muito atento a esse movimento, até porque a Comissão Europeia, o braço executivo da União Europeia, anunciou em novembro de 2021, uma lista de produtos que serão submetidos a “desmatamento zero” para entrar na Europa, entre eles três dos quais o Brasil é o maior fornecedor – soja, carne bovina, café -, além de cacau, madeira e óleo de palma, e alguns produtos derivados como couro, chocolate e móveis. A proposta está em exame na Comissão de Meio-Ambiente do Parlamento Europeu, tendo como relator o deputado Christophe Hansen, democracia-cristão, de Luxemburgo, que já afirmou que a tendência é ampliar a lista.

O Diálogo Brasil-EUA sobre sustentabilidade e mudança do clima, lançado em julho, discutiu quatro frentes onde a cooperação poderia atuar: reduzir emissões, financiar a conservação das florestas tropicais, promover a agricultura sustentável e construir parcerias com comunidades indígenas. Se o Brasil não ficar esperto nessa questão, além de perder o bonde da história, perder seu maior patrimônio e trunfo para o futuro, estará condenado também a exportação do agronegócio, responsável pelo relativo equilíbrio da balança comercial e do PIB. Nesse caso, vão-se os anéis, os dedos e até as mãos. Acorda Brasil! Sem Amazônia, não há futuro!

É diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do Centro Preparatório Jurídico e atual presidente do PSDB no Amazonas. Foi por 20 anos deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos e três vezes prefeito da capital da Amazônia.

 

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