As cenas chocantes de famílias em desespero, muitas procurando seus desaparecidos e outras muitas procurando a sobrevivência, comoveram o Brasil nesta última semana com a tragédia ocorrida em Petrópolis. De acordo com autoridades, foi a pior chuva desde 1932. Mais de um quinto da cidade, localizada na região serrana do Estado do Rio de Janeiro, é de alto risco para deslizamentos, enchentes e inundações.

Falam em efeitos ambientais e eu não duvido que isso esteja por traz da quantidade de água que desabou sobre Petrópolis. Mas, a situação de risco não é desconhecida, pois faz parte dos indicadores mantidos pelo poder público, em suas distintas esferas. Cidades como Petrópolis precisam ser tratadas com carinho e com muito trabalho de prevenção para evitar desastres como esse. E prevenção é prevenção, não é trabalho emergencial. É feito durante o ano todo, principalmente antes dos períodos de chuva. Construir resiliência exige recursos humanos e financeiros, planejamento estratégico, ações alinhadas entre prefeituras, governos estaduais e federal, a ajuda de organismos internacionais como a ONU, por exemplo, que mantém um amplo programa de apoio à construção de cidades resilientes.

Não cabe, aqui, nenhuma lição de moral, nem mesmo apontar o dedo para culpados – embora não seja difícil encontrá-los. Fica a dor, a solidariedade a todas as vítimas e familiares e fica gravada na mente, a imagem de dona Gizela, de 37 anos, que usou uma enxada para procurar, no lamaçal, o corpo da filha de 17 anos, infelizmente encontrada morta. E o sonho daquela mãe, que lutou para engravidar durante nove anos e perdeu seu bebê de 1 ano soterrado. Muitos sonhos morreram na tragédia de Petrópolis.

Tenho um carinho muito grande por essa cidade. Sou cidadão petropolitano, título entregue pelo então prefeito Paulo Mustrangi e proposto pelo vereador Baninho, do qual me orgulho muito. A vocês, minhas irmãs e irmãos, toda minha comoção e todas as minhas preces.

 

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