
Pelé faleceu? Mas como, se ele é imortal? Morte é hierarquicamente muito menor que imortalidade.
A notícia, que correu o mundo em minutos, não explica bem o que efetivamente aconteceu. Confundiram Edson Arantes do Nascimento, que foi vitimado por um câncer devastador, fechou seus olhos e deixa muitas saudades. Mas Pelé continuará vivo eternidade afora. Imortal não morre. O maior e melhor jogador de futebol do mundo fez, isto sim, uma viagem longa, sofrida, depois de disputar seu combate mais renhido e significativo.
Viajou para se encontrar com Mané Garrincha, Muhammad Ali, Joe Louis, o invencível Zamberini, D. Helder Câmara, La Passionaria, Martin Luther King, Nelson Mandela, Joana d’Arc, John Maynard Keynes, Albert Einstein, Picasso, Machado de Assis, Fernando Pessoa, João Pessoa, Arthur Rimbaud, Paul Verlaine, Castro Alves, da Vinci, Nara Leão, Gal Costa, Vinicius de Morais e Antônio Carlos Jobim, o Tonzinho inesquecível de minha querida Ana Lontra Jobim.
Vai todo mundo aprender a jogar futebol com Pelé e Garrincha, e o Rei acabará escrevendo um livro sobre a dimensão inalcançável onde ele está agora.
Édson morreu e carrega o nosso carinho e respeito. Mas Pelé? Este não falecerá jamais, simples e obviamente porque imortal está acima e além da morte.
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