Cada 100 pessoas infectadas contaminam outras 178

Apenas cinco estados brasileiros apresentam estabilidade ou queda no número de contaminações pela Covid-19, todas causadas pela nova variante ômicron, já considerada pelas autoridades sanitárias mundiais como a mais avassaladora em poder de contágio. Sob vários aspectos, a ômicron me parece mais grave que a perversa versão original, porque contamina mais pessoas e mais velozmente. E provoca mortes também. Cada 100 pessoas infectadas contaminam outras 178, segundo Imperial College de Londres. Há claro descontrole no esforço de conter a nova variante.

A taxa de transmissão da Covid-19 no Brasil atingiu o pior patamar desde julho de 2020. Enquanto isso, um novo colapso no sistema de saúde parece cada vez mais próximo. A ocupação de leitos de UTI já está próxima de 100% em vários estados. No meu Amazonas, a situação se agrava pelo desgoverno na saúde pública. Estamos em uma pandemia cruel e duradoura. As autoridades não podem mentir. Quem sofre dessa compulsão deve conter-se. Uma situação grave dessas só pode ser enfrentada com verdades.

É desconcertante que, aproximadamente, 90% dos pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva não se vacinaram ou não completaram o ciclo recomendado pela ciência. Não brinquemos com a pandemia. Não tripudiemos sobre a vida.

A população deve estar consciente de seus atos, dar um basta ao negacionismo e se precaver, se proteger, seguir as orientações científicas e médicas. Por si e por quem ama. O direito individual de se recusar a adotar medidas de proteção e de tomar a vacina não pode estar acima do direito coletivo de se proteger dos riscos da pandemia.

*É diretor do Núcleo de Educação Política e Renovação do Centro Preparatório Jurídico. Foi por 20 anos deputado federal e senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, líder das oposições no Senado por oito anos seguidos e três vezes prefeito da capital da Amazônia.

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